Os trabalhadores da indústria farmacêutica Cifarma aderiram em peso à paralisação realizada na manhã desta quarta-feira (10), convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Química, Farmacêutica e de Material Plástico no Estado de Goiás (Sind.Q.F.P-GO). O movimento começou às 5h20 e se estendeu até as 9h, em clima pacífico e com acompanhamento da Polícia Militar.

Na porta da empresa, os dirigentes sindicais conduziram uma assembleia para aprovação da pauta de reivindicações, que será apresentada em audiência na justiça do trabalho, também nesta quarta-feira. Os funcionários reforçaram a insatisfação com as práticas da Cifarma e cobraram respeito aos seus direitos, como o pagamento integral do FGTS, melhorias no vale-alimentação e reajuste salarial justo. “Foi um momento de união e coragem dos trabalhadores, que mostraram que não vão mais aceitar descaso e desrespeito”, afirmou o presidente do sindicato, Francisley Martins.

A insatisfação não é sem motivo. Recentemente, a Justiça do Trabalho condenou a Cifarma a pagar mais de R$ 3,4 milhões em razão do não recolhimento do FGTS no ano de 2021. A decisão, registrada no processo nº 0011066-15.2023.5.18.0011, comprova que as irregularidades cometidas pela empresa não são casos isolados, mas sim parte de uma prática que já vem se repetindo ao longo dos anos.

O Sind.Q.F.P-GO reforça que o ato desta quarta-feira foi uma demonstração legítima de resistência dos trabalhadores e que manifestações pacíficas e paralisações sindicais são direitos garantidos por lei. Nenhum funcionário pode ser punido ou demitido por exercer sua cidadania na luta coletiva por condições de trabalho mais dignas. Além disso, o Sindicato afirma que a própria empresa resolveu dispensar os trabalhadores do turno da manhã, sendo assim, o dia de trabalho não pode ser descontado. A entidade está de olho em qualquer irregularidade da Cifarma que possa prejudicar os trabalhadores e coloca o corpo jurídico do Sindicato para atender cada demanda dos trabalhadores.